Na tarde desta terça-feira (25), um acordo entre a Prefeitura de Florianópolis e o Sintrasem (Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal) pôs fim à greve que paralisou os serviços da capital catarinense desde 12 de fevereiro. O consenso, alcançado após novas negociações na sede do TJSC (Tribunal de Justiça de Santa Catarina), trouxe alívio para uma situação que vinham causando transtornos à população.
Termos do Acordo
Entre os principais pontos acertados, destaca-se o adiamento da votação da reforma da previdência municipal para uma data posterior a 7 de abril, conforme sugestão inicial da administração. O prefeito Topázio Neto (PSD) ressaltou, durante o acordo, que a paralisação dos serviços, iniciada há 13 dias, prejudicou o funcionamento do município. Em contraposição, o Sintrasem celebrava a medida, afirmando que o atraso garantirá “fôlego na luta” para pressionar os vereadores na tentativa de derrubar o projeto da reforma.
Além disso, ficou estabelecido que não serão realizadas demissões de trabalhadores, inclusive dos temporários, envolvidos na greve. Contudo, o sindicato terá de pagar uma multa de R$ 700 mil, valor que será revertido para o fundo de previdência dos servidores municipais.
Desdobramentos e Críticas
O acordo não apenas encerra a greve, mas também contempla o chamamento imediato de 268 aprovados no concurso de 2023, entre os trabalhadores do magistério. Desde o início do ano, mais de 250 profissionais já haviam sido convocados, conforme informado pela administração.
O prefeito Topázio Neto criticou duramente a postura dos grevistas, classificando a paralisação como uma “greve política” que poderia ter sido evitada, ressaltando que o projeto de reforma deveria ser debatido na Câmara dos Vereadores, sem prejudicar o andamento dos serviços públicos.

Contexto da Reforma da Previdência
A reforma da previdência proposta em Florianópolis inclui mudanças significativas:
- Idade mínima e tempo de contribuição: ajustes que impactam diretamente a vida dos servidores municipais.
- Novas regras de transição: alterações que pretendem facilitar o acesso aos benefícios para servidores ativos.
- Modalidades especiais de aposentadoria: criação de modalidades antes garantidas apenas por meio judicial, como a aposentadoria especial e a de pessoas com deficiência.
Segundo dados da Prefeitura, o gasto mensal com aposentadorias e pensões alcança cerca de R$ 40 milhões, o que gera um déficit de R$ 10 milhões em relação à arrecadação do fundo previdenciário. Este déficit, que já acumula R$ 8 bilhões desde 1999, reforça a urgência dos ajustes propostos pela administração.
Perspectivas Futuras
Apesar do acordo, o Sintrasem mantém sua oposição à reforma e anuncia a continuidade da luta contra o projeto, com a intenção de pressionar os vereadores para a derrubada da proposta. A administração municipal, por sua vez, busca retomar o diálogo e normalizar os serviços à população, ressaltando a necessidade de discutir o tema de forma transparente e sem prejuízos à rotina do município.
O desfecho deste episódio marca um momento importante na gestão municipal, evidenciando os desafios de equilibrar as demandas por ajustes financeiros e a manutenção dos serviços públicos essenciais.