Boletim médico aponta elevação da pressão arterial e piora nos exames hepáticos; ex-presidente segue sem previsão de alta
Estado de saúde se agrava após cirurgia
Internado desde o dia 13 de abril para tratar uma obstrução intestinal, o ex-presidente Jair Bolsonaro apresentou piora clínica nos últimos dias, conforme informou o Hospital DF Star em novo boletim divulgado nesta quinta-feira (24). Segundo o comunicado, houve aumento da pressão arterial e piora nos exames laboratoriais relacionados ao fígado.
De acordo com o hospital, Bolsonaro permanece em jejum e está sendo alimentado exclusivamente por via parenteral — por meio de injeção —, além de seguir com sessões de fisioterapia motora e medidas preventivas contra trombose venosa. Apesar da expectativa de alta mencionada por ele na última quarta-feira (23), os médicos afirmam que ainda não há previsão de saída da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e desaconselham visitas no momento.
Ex-presidente permanece sob monitoramento
Com o agravamento do quadro, Bolsonaro passará por novos exames de imagem ainda nesta quinta-feira, com o objetivo de avaliar mais detalhadamente a evolução do pós-operatório. O hospital não forneceu detalhes sobre quais exames serão feitos, mas a persistência das alterações nos parâmetros hepáticos é motivo de atenção da equipe médica.
Nos últimos anos, o ex-presidente passou por diversas internações devido a complicações abdominais, em especial após a facada que sofreu durante a campanha eleitoral de 2018. Desde então, já realizou ao menos seis cirurgias relacionadas ao aparelho digestivo.
Intimação do STF ocorre durante internação
A piora no quadro clínico ocorre um dia após Bolsonaro receber, no próprio leito hospitalar, uma intimação do Supremo Tribunal Federal (STF). O documento faz parte do processo em que o ex-presidente é réu por suposta participação em uma tentativa de golpe para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A intimação foi assinada por Bolsonaro nesta quarta-feira (23) dentro do Hospital DF Star. A ordem partiu do ministro Alexandre de Moraes no dia 11 de abril, véspera da internação, e integra a investigação contra os membros do chamado “núcleo 1” da trama golpista — o grupo apontado como central na suposta articulação antidemocrática.
Processo avança no STF
A denúncia contra Bolsonaro e aliados foi apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e aceita pela Primeira Turma do STF, o que transformou o ex-presidente em réu. Ele é acusado de atuar na disseminação de desinformação, tentativa de deslegitimação do processo eleitoral e incentivo a atos contra o resultado das urnas.
Apesar da coincidência entre o agravamento do quadro clínico e o avanço do processo judicial, a equipe médica não comentou qualquer relação entre os dois fatores. A permanência de Bolsonaro na UTI indica que sua recuperação pode levar mais tempo que o previsto inicialmente.
Expectativa é de acompanhamento contínuo
Enquanto aguarda os próximos exames, o ex-presidente seguirá sob vigilância intensiva. A equipe médica deverá reavaliar, nos próximos dias, a possibilidade de retomada da alimentação oral e a eventual transferência para quarto comum. Até lá, qualquer visita permanece restrita.
A situação de Bolsonaro continua a atrair atenção nacional, não apenas por seu histórico como figura central da política brasileira, mas também pelo contexto judicial delicado que enfrenta paralelamente à sua recuperação hospitalar.