Aumento de Acidentes em 2024
Considerado o “Triângulo das Bermudas” de Santa Catarina, o trecho entre o km 204 e km 208 da BR-101, em São José, registrou 344 acidentes no primeiro semestre de 2024. Este número, segundo a Arteris Litoral Sul, concessionária responsável pela rodovia, é 20% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado.
Um dos Trechos Mais Perigosos do Brasil
Este segmento da rodovia é classificado pela Confederação Nacional do Transporte como um dos mais perigosos do país. Nos primeiros seis meses do ano, a Arteris Litoral Sul recebeu mais de mil ligações sobre ocorrências relacionadas aos quatro quilômetros da rodovia, com três mortes registradas. A maioria dos acidentes acontece no sentido Sul da BR-101.
Ampliação da Rodovia e Suas Consequências
José Júnior, Gerente Operacional da Arteris Litoral Sul, comenta sobre as recentes melhorias na rodovia:
“Recentemente houve uma ampliação de capacidade, estamos com três faixas no sentido Sul, assim como três faixas no sentido Norte, melhorando a distribuição de veículos, mas mesmo assim temos esses acidentes que são diários. Em gravidade eles são menores, mas em quantidade eles aumentaram”.
Geografia e Desenho da Rodovia: Fatores Contribuintes
Sidnei Schmidt, diretor do Instituto de Certificação e Estudos de Trânsito e Transporte (Icetran), explica que a geografia da rodovia contribui significativamente para as ocorrências de acidentes. “Quando você vai no sentido Sul, há uma subida que causa uma redução na velocidade dos caminhões. Isso cria problemas de retenção no trânsito e motoristas desatentos acabam se envolvendo em acidentes”, diz Schmidt.
Esperança no Contorno Viário
A expectativa é de que o contorno viário, que deve ser inaugurado no dia 2 de agosto, diminua o trânsito no trecho. “Há uma expectativa de migração no fluxo para lá no máximo de 20%. A percepção que nós temos é que os municípios da região da Grande Florianópolis cresceram e se desenvolveram dependendo muito da rodovia federal. A BR-101 é usada para deslocamento do dia a dia, levar crianças para a escola, deslocamento para trabalho. Além disso, temos também a deficiência do transporte público coletivo e a rodovia não comporta”, explica Leandro Andrade, chefe da Delegacia da Polícia Rodoviária Federal (PRF).