Estreia sem brilho: Seleção erra demais e pouco produz no ataque
A estreia de Carlo Ancelotti no comando da Seleção Brasileira foi marcada por uma atuação fraca e sem inspiração. O empate com o Equador evidenciou uma equipe desconectada, insegura e sem agressividade. Em campo, sobrou desorganização ofensiva e faltou intensidade — ingredientes essenciais para o início de uma nova era.
Meio-campo apagado e ataque inoperante
Durante os 90 minutos, o Brasil pouco conseguiu construir. Com muitos erros de passe e quase nenhuma criação no meio, a Seleção apostou em jogadas individuais, principalmente com Vini Jr., como única válvula de escape. O esquema tático adotado — um 4-1-4-1 com Casemiro como único volante — buscava garantir equilíbrio, mas esbarrou na limitação técnica da equipe com a bola nos pés.
Defesa foi o ponto positivo
Apesar das falhas ofensivas, o sistema defensivo apresentou certa solidez. O Brasil foi mais cauteloso no primeiro tempo, tentando se apoiar na compactação e na disciplina tática. Casemiro, voltando ao time, cumpriu bem o papel de liderança e proteção à defesa. O zagueiro Alex também se destacou como uma boa novidade.
No entanto, o lado direito da defesa sofreu com as investidas do Equador. Estevão contribuiu pouco na recomposição, e Vanderson ficou constantemente sobrecarregado.
Richarlison decepciona e expõe escolhas questionáveis
No ataque, Richarlison foi o elo fraco. O camisa 9 não conseguiu dar sequência às jogadas e errou repetidamente os domínios de bola. Sua atuação comprometeu a fluidez ofensiva do time, que, em alguns momentos, conseguiu sair da pressão adversária, mas acabou desperdiçando oportunidades nas mãos do centroavante. A insistência na escalação de Richarlison, mesmo com a simpatia de Ancelotti, soou como erro estratégico.
Mudanças tímidas e estreia conservadora
O segundo tempo trouxe poucas alterações — e tardiamente. Ancelotti optou por um jogo seguro, limitando as tentativas de mudança de ritmo. Para um técnico conhecido por sua inteligência tática e capacidade de adaptação, a postura conservadora surpreendeu. Ainda assim, é compreensível que o italiano opte por começar organizando o setor defensivo, considerando o momento de transição da Seleção.
Desafio pela frente: reconstruir a confiança
Ancelotti terá muito trabalho pela frente. Além de conhecer melhor as peças que tem à disposição, precisará encontrar o encaixe ideal entre talento individual e organização coletiva. O primeiro passo foi dado na defesa — e ali há avanços a se reconhecer. Mas será preciso muito mais para devolver à Seleção Brasileira o protagonismo e a confiança perdidos.