A relação entre os moradores do bairro planejado Deltaville, em Biguaçu, e contrutora responsável pelo loteamento e condomínios da região, enfrenta momentos de tensão após uma nova enchente causada pelas chuvas intensas desta semana. O principal foco do problema é uma tubulação feita pela construtora que não foi capaz de dar vazão ao volume de água acumulado, causando prejuízos aos moradores, condomínios e residências vizinhas.
Prejuízos e indignação
Diversos moradores relataram prejuízos significativos, com casas inundadas e bens materiais destruídos. Para muitos, essa foi apenas mais uma de uma série de enchentes que afligem a região nos últimos meses. Durante as chuvas, a galeria falhou em escoar a água de maneira eficiente, levando os moradores a pressionarem a construtora para que tomassem medidas imediatas. No entanto, segundo os relatos, os pedidos para que o asfalto fosse aberto e permitisse a drenagem foram ignorados.
Sem uma solução vinda da urbanizadora, os moradores recorreram à Defesa Civil e à Prefeitura de Biguaçu. Em conjunto, as autoridades locais decidiram abrir uma passagem emergencial para as águas, o que reduziu rapidamente o nível dos alagamentos no bairro. “Foi um alívio imediato, mas algo que poderia ter sido evitado se a construtora tivesse se comprometido desde o início”, afirmou um morador.
Nova polêmica
A tensão se agravou quando, após as águas recuarem, a construtora enviou uma máquina ao local para fechar novamente a passagem aberta. A atitude gerou revolta entre os moradores, que temem que o fechamento da passagem cause novos alagamentos em futuras chuvas. “É como se eles estivessem ignorando totalmente os problemas que estamos enfrentando. Querem proteger o condomínio deles, mas esquecem que nós também vivemos aqui”, desabafou um morador que teve sua casa atingida.
Demandas da comunidade
Os moradores exigem que sejam adotadas soluções definitivas para o problema, como por exemplo, a construção de uma ponte que permita o fluxo adequado das águas, prevenindo futuros alagamentos. A prefeitura também foi acionada para mediar o conflito e garantir a segurança da população local.
Autoridades se posicionam
O vereador e atual presidente da Câmara, João Luz, esteve no local ao lado do síndico Fabricio e cobrou um posicionamento da Ábaco. Após se reunir com o engenheiro da urbanizadora e autoridades locais, João enfatizou que pretende protocolar na Câmara Municipal a suspensão dos alvarás da contrutora e das vendas de unidades até que soluções concretas sejam apresentadas. “Não podemos mais tolerar que os moradores sofram com descaso e prejuízos. Algo precisa ser feito com urgência”, declarou o vereador.
Enquanto isso, a comunidade de Deltaville segue mobilizada e promete continuar pressionando por soluções que tragam tranquilidade e segurança a todos os moradores.