Com mais de 700 mil casos de Dengue no Brasil só em 2024, Santa Catarina se encontra entre os 10 estados com mais casos prováveis de dengue, sendo decretado situação de emergência devido a infestação do mosquito Aedes aegypti.
A dengue é uma doença viral transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti se esta estiver contaminada com o vírus da dengue. Não se transmite por contato com pessoas doentes, nem por secreções, água e alimentos contaminados. Esta doença faz parte das doenças que chamamos arboviroses (doenças transmitidas por insetos e aracnídeos) incluindo Zika, chikungunya e febre amarela.
Tem como principais sintomas a febre (39-40 ºC) de início repentino, dor de cabeça, prostração, dores musculares e/ou articulares e dor atrás dos olhos. Com a redução da febre que ocorre, normalmente, entre o 3-7º dia do início da doença é necessário ficar atento aos sinais de alarme que podem estar associado a piora do quadro: Dor abdominal intensa e contínua, vômitos persistentes, desmaios, letargia ou irritabilidade, aumento do tamanho do fígado, sangramento de mucosa (gengivas, nariz) e aumento progressivo de hematócrito ( porcentagem que representa a quantidade de hemácias no sangue).
Todas as idades são igualmente acometidas pela doença, porém pessoas com mais 65 anos, crianças com menos de 2 anos e mulheres grávidas têm mais risco de desenvolver complicações.
Diagnóstico
O diagnóstico da doença se dá principalmente pela clínica dos pacientes de acordo com os sintomas e para corroborar com o diagnóstico temos exames laboratoriais para a identificação do vírus que é o Antígeno NS1 ( realizado até o 5º dia de início da doença) e pesquisa de anticorpos ( realizados a partir do 5º dia após a infecção). O IgM indica que estão presentes e detectáveis os vírus da dengue, enquanto que IgG indicam infecções passadas e vacinação prévia. Lembrando que uma pessoa pode se contaminar com dengue até 4 vezes, devido aos sorotipos do vírus: 1,2,3 e 4.
O tratamento é baseado na ingestão de líquidos, repouso e medicamentos sintomáticos prescritos pelo médico que serão prescritos de acordo com a avaliação de cada paciente.
Recordar sempre que é muito importante não ingerir medicamentos por conta própria visto que na dengue há a contraindicação de medicamentos anti-inflamatórios e anticoagulantes devido risco de sangramentos.
Vacina
Hoje já se sabe que há uma vacina para dengue: Qdenga. É um imunizante produzido a partir do vírus atenuado. O esquema vacinal é composto por duas doses, com intervalo de 90 dias entre cada uma. Quem já teve dengue deve se vacinar para evitar novas infecções, ou em caso de contágio para que os sintomas sejam mais leves. E, pessoas que não tiveram dengue também devem tomar. A vacina é contra indicada em gestantes e lactentes e pode ser encontrada em farmácias e clínicas de vacinação. Pelo SUS, em Santa Catarina, estão iniciando a vacinação para crianças de 10 e 11 anos em algumas cidades do estado.
Porém, a melhor forma de prevenção, atualmente, continua sendo o controle do vetor- o mosquito aedes aegypti. Seja eliminando o criadouro dos mosquitos evitando água parada em latas, pneus, garrafas, assim como realizar limpeza da caixa d’água, verificar calhas e piscinas seja utilizando proteção individual com uso de repelentes com concentração de icaridina acima de 20 % ou DEET entre 20% e 50%, inseticidas em ambientes fechados, mosquiteiros e telas nas janelas.
Por não existir um tratamento específico para a doença, em caso de dúvidas evitar automedicação e procurar a unidade básica de saúde mais próxima para consulta médica e conduta adequada.