Um episódio de negligência no resgate de um cachorro ferido, no bairro Cachoeiras, em Biguaçu, vem gerando revolta e acendendo o debate sobre o preparo de profissionais para lidar com animais em situação de emergência. O animal, possivelmente atropelado, foi resgatado pela equipe da autopista de forma considerada inadequada por testemunhas e ativistas de proteção animal.
De acordo com relatos, o cachorro, visivelmente machucado e com dificuldades de locomoção, foi arrastado por funcionários até o acostamento, sem que fossem observados cuidados mínimos para evitar mais sofrimento. As cenas, registradas em vídeo, circularam nas redes sociais, chamando a atenção da ONG Adote Um Focinho, que atua em Biguaçu no resgate de animais em situação de risco.
Ao tomar conhecimento da situação, a diretora da ONG, Luisa Bastian, foi até a base da autopista no bairro Prado para verificar as condições do cachorro. Luisa relata que, ao chegar, foi informada de que o animal estava sendo mantido na base aguardando a chegada de um veterinário de Curitiba para ser transferido. Entretanto, ela afirma que o cão estava sangrando e em visível agonia, sem receber qualquer paliativa para a dor enquanto aguardava o atendimento.
“Inconformada com a situação, pedi autorização para levar o animal a uma clínica veterinária próxima, onde ele poderia receber os cuidados necessários. Porém, os funcionários se recusaram a liberá-lo”, conta Luisa. Depois de muita insistência e desentendimento, a ONG conseguiu retirar o cão, sem autorização da Autopista, e conduzi-lo imediatamente a uma clínica veterinária. Ele recebeu o atendimento adequado e os primeiros socorros para tratar os ferimentos, que eram graves e demandavam atenção urgente.
A indignação nas redes sociais aumentou após a circulação de um áudio, de um dos moradores que entrou em contato com a empresa para resgatar o animal, relatando que os funcionários estavam irritados em ter que fazer o resgate, pois era perigoso, e não era serviço deles, zombando da situação dizendo que “uma injeçãozinha” resolveria o problema do animal”. A frase, interpretada como uma referência ao sacrifício do animal, gerou ainda mais repúdio entre ativistas e defensores dos direitos dos animais, que criticaram a falta de empatia e o despreparo demonstrado no atendimento.
“É inadmissível que profissionais responsáveis pelo resgate em estradas tratem animais dessa forma. Falta de empatia e despreparo resumem a situação”, enfatiza Luisa Bastian, que também alertou para a necessidade de protocolos e treinamento para o atendimento a animais feridos nas rodovias.
Casos de atropelamento de animais em estradas são recorrentes, especialmente em áreas de grande movimento, e Luiza reforça que a Autopista Litoral Sul deve oferecer treinamento aos funcionários para prestar socorro apropriado, estabilizando o animal até que seja possível o atendimento especializado.
A Autopista Litoral Sul ainda não se pronunciou sobre o ocorrido, mas o caso alerta para a necessidade urgente de criar políticas e protocolos que assegurem um atendimento digno e adequado aos animais feridos nas rodovias.

A ONG Adote Um Focinho também está mobilizando a comunidade para ajudar com os custos do tratamento do cachorro e convida todos que desejam contribuir a entrar em contato pelo Instagram da organização: @adoteumfocinhobiguacu
Confira abaixo o vídeo que esta circulando nas redes sociais