Santa Catarina Terá Candidatos Envolvidos em Atos de 8 de Janeiro
As eleições municipais de 2024 em Santa Catarina terão entre os candidatos ao menos três pessoas que estiveram envolvidas nos atos de 8 de janeiro de 2023, quando manifestantes invadiram e depredaram os prédios dos Três Poderes em Brasília. Entre os concorrentes a prefeito e vereador, estão figuras que foram investigadas e até detidas por suas participações nesses ataques.
Fabiano Silva: De Investigado a Candidato a Prefeito
Fabiano Silva, candidato a prefeito de Itajaí pelo partido Democracia Cristã (DC), é um dos nomes investigados. Fabiano era suplente de vereador na época dos ataques e chegou a ser preso após os eventos em Brasília. Ele é acusado de incitação ao crime e associação criminosa, acusações aceitas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em maio de 2023. Mesmo com esse histórico, Fabiano se mantém na corrida eleitoral, argumentando que não participou diretamente dos atos e que está sendo injustamente acusado.
Candidatos a Vereador com Passado Conturbado
Dois outros candidatos a vereador em Santa Catarina também carregam o peso de terem sido envolvidos nos atos de 8 de janeiro. O pastor Dirlei Paiz (PL), concorrendo em Blumenau, foi preso em uma operação da Polícia Federal em agosto de 2023, acusado de incitar manifestantes e financiar os atos golpistas. Já Ademar Guinzelli (Republicanos), candidato em Xanxerê, também enfrenta acusações de incitação ao crime e organização criminosa.
Candidatos Envolvidos em Outros Estados
Além de Santa Catarina, outros estados brasileiros também terão candidatos nas eleições municipais de 2024 que estão sendo investigados ou foram presos por envolvimento nos ataques de 8 de janeiro. Um levantamento revelou ao menos 15 candidatos nessas condições, incluindo o médico Dr. Ézio Guilherme (PP), o policial Sargento Gilmar (Republicanos), e a vigilante Renata Maria, que, inclusive, destaca sua prisão nos atos como parte de sua campanha.
Contrapontos dos Envolvidos
Apesar das graves acusações, os advogados de alguns desses candidatos alegam que nada impede a participação deles nas eleições. O advogado de Dirlei Paiz, por exemplo, afirma que seu cliente tem todas as certidões necessárias para se candidatar e defende sua absolvição. Já Fabiano Silva argumenta que não esteve envolvido diretamente nos atos de vandalismo e que é inocente das acusações que lhe foram imputadas.
A situação desses candidatos suscita questionamentos sobre a influência desses eventos na política local e nacional, além de levantar debates sobre a elegibilidade de pessoas envolvidas em atos considerados antidemocráticos.