Investigado na Operação Câmbio Fantasma, empresário é suspeito de embolsar mais de R$ 400 mil
O ex-dirigente do Figueirense Ltda, Cláudio Honigman, foi preso preventivamente na tarde desta segunda-feira (24), em São Paulo, durante uma ação da Polícia Civil. Ele é acusado de estelionato e investigado na Operação Câmbio Fantasma, que apura um suposto golpe envolvendo compra e venda de dólares. Segundo as autoridades, Honigman teria recebido R$ 408 mil para realizar um câmbio, mas não efetuou a operação e bloqueou o contato da vítima.
A prisão aconteceu em uma das residências do empresário na capital paulista. No início do mês, a polícia já havia tentado localizá-lo em outros endereços, incluindo uma casa em Jurerê, bairro nobre de Florianópolis, mas ele não foi encontrado.
O golpe do dólar
De acordo com a investigação, Honigman prometeu realizar a compra de US$ 80 mil a uma cotação de R$ 5,10 – um valor abaixo do mercado. No entanto, após receber a quantia, ele cortou o contato com a vítima, trocou de número de telefone e desapareceu.
A Operação Câmbio Fantasma tem como objetivo desmantelar um esquema de estelionato financeiro, e Honigman é um dos principais alvos. Até o momento, sua defesa não se manifestou sobre o caso.
Histórico polêmico no Figueirense
Cláudio Honigman foi presidente do Figueirense Ltda entre o final de 2018 e setembro de 2019, período marcado por polêmicas e problemas administrativos. Durante sua gestão, a empresa Elephant, da qual ele era sócio, prometeu investimentos milionários e equilíbrio financeiro ao clube, mas a realidade foi diferente.
Atrasos salariais frequentes afetaram jogadores, funcionários e até categorias de base. A crise culminou no famoso episódio de WO contra o Cuiabá pela Série B do Campeonato Brasileiro, um fato inédito na história do futebol brasileiro.
Em setembro de 2019, a justiça determinou a rescisão unilateral do contrato entre o Figueirense e a Elephant, devolvendo o controle do clube à associação. Pouco depois, Honigman enviou um documento à CBF anunciando a desistência do Figueirense da Série B, mas, sem poderes administrativos, sua tentativa foi invalidada.
Por conta desse episódio, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) puniu Honigman com uma suspensão de 360 dias e uma multa de R$ 20 mil por emitir documento falso.
Ligação com figuras do futebol e novos desdobramentos
Cláudio Honigman também é conhecido por sua ligação com Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF. O envolvimento do empresário em diferentes escândalos financeiros reforça sua trajetória conturbada no mundo dos negócios e do futebol.
A Operação Câmbio Fantasma segue em andamento, e a polícia investiga se há outras vítimas do golpe.