Após meses de estabilidade, os preços da gasolina em Santa Catarina devem sofrer aumento a partir de fevereiro. O motivo não está relacionado a ações da Petrobras, mas sim à atualização do ICMS sobre combustíveis.
Gasolina com leve queda antes da alta prevista
Na última semana, o preço médio da gasolina no estado foi de R$ 6,26, uma leve redução de R$ 0,03 em relação à semana anterior. No entanto, essa redução temporária será substituída por um aumento nos preços devido ao reajuste do ICMS monofásico, que entrará em vigor no próximo mês.
Entenda o aumento no ICMS
O ICMS sobre combustíveis sofrerá um reajuste de R$ 0,10 no preço por litro de gasolina e etanol, subindo de R$ 1,37 para R$ 1,47. Para o diesel e o biodiesel, o aumento será de R$ 0,06, totalizando R$ 1,12 por litro.
Esse reajuste faz parte de uma política tributária nacional definida pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz). Desde 2023, o ICMS passou a ser cobrado de forma monofásica, ou seja, diretamente das refinarias, eliminando a tributação nas etapas seguintes da cadeia de venda.
Repasse aos consumidores dependerá de cada posto
Segundo Vicente Santanna, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis de Florianópolis (Sindópolis), o repasse do aumento do ICMS aos consumidores dependerá da estratégia de cada posto de combustíveis. Alguns podem tentar segurar os preços para se manterem competitivos, mas a tendência é que a alta seja percebida nas bombas a partir de 1º de fevereiro.
Esclarecimento do governo de SC
A Secretaria de Estado da Fazenda esclareceu que o reajuste do ICMS é uma medida obrigatória e nacional, sem relação direta com o governo estadual. A atualização foi definida em outubro de 2024 pelo Confaz e está baseada na média de preços mensais calculada pela Agência Nacional do Petróleo (ANP).
Pressão por novos aumentos em 2025
Apesar do reajuste do ICMS, especialistas alertam para possíveis novos aumentos nos preços dos combustíveis ao longo de 2025. A alta do dólar e a variação do preço do barril de petróleo no mercado internacional têm pressionado a Petrobras, que pode reajustar seus valores para corrigir uma defasagem estimada em 10% para gasolina e 16% para diesel, segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom).
O último aumento anunciado pela Petrobras foi em julho de 2024, mas fatores como o cenário político internacional e a volatilidade do mercado do petróleo podem trazer novos impactos ao longo do ano.
Prepare o bolso: a estabilidade nos preços pode estar com os dias contados.