Restrição prevista para 2025 gera indignação entre pescadores e autoridades
A proposta do governo federal que estabelece um limite de 800 toneladas para a captura de tainha por pescadores artesanais em Santa Catarina gerou forte reação contrária no Estado. A medida está prevista para entrar em vigor na safra de 2025, mas o governo catarinense, por meio da Secretaria de Aquicultura e Pesca, já mobiliza esforços para barrar a iniciativa.
Safra de 2024 superou 2 mil toneladas
Segundo dados do painel de monitoramento de pesca, na safra de 2024 foram capturadas mais de 2 mil toneladas de tainha em Santa Catarina. O novo limite proposto representa uma redução drástica e preocupa as comunidades que dependem da pesca artesanal.
O governador Jorginho Mello demonstrou indignação com a proposta:
Não vamos aceitar esse limite para a captura de tainha. Isso nunca existiu, é uma vergonha. Olha o tamanho do prejuízo para centenas de famílias que tiram seu sustento da venda das tainhas. Querem acabar com essa nossa tradição.”
Tradição e economia em risco
O secretário de Aquicultura e Pesca, Tiago Bolan Frigo, destacou que a pesca de tainha é essencial para a identidade cultural e econômica de Santa Catarina:
Não podemos aceitar uma restrição dessa magnitude, que ameaça um modo de vida centenário, gerando fome e miséria aos pescadores.”
Frigo criticou ainda o papel do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), afirmando que a pasta deveria apoiar os pescadores, não prejudicá-los.
Reunião suspensa após pressão
Diante da indignação dos representantes catarinenses e dos pescadores, o governo federal optou por suspender uma reunião marcada para o dia 5 de fevereiro, a fim de reavaliar internamente a proposta.
A expectativa é que o diálogo avance para encontrar uma solução que concilie a sustentabilidade com a manutenção da atividade pesqueira e o sustento das famílias envolvidas.
Impacto além de Santa Catarina
A medida também afeta pescadores artesanais do Rio Grande do Sul, que já enfrentam dificuldades devido às recentes enchentes na região.
Defesa da tradição e sustentabilidade
Em comunicado oficial, o governo catarinense reafirmou seu compromisso com os pescadores locais:
A Secretaria de Aquicultura e Pesca busca uma solução que preserve a cultura local e concilie tradição com a sustentabilidade.”
A continuidade da pesca artesanal da tainha é vital não apenas para a economia, mas para manter viva uma tradição que atravessa gerações. O futuro dessa prática agora depende do avanço nas negociações com o governo federal.