O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anunciou nesta quarta-feira (16) que o horário de verão não será retomado este ano. No entanto, o governo vai continuar avaliando a viabilidade da medida para o ano de 2025, com base em questões energéticas e econômicas.
Decisão baseada na segurança energética
Durante uma reunião com o Operador Nacional do Setor Elétrico (ONS), foi concluído que o Brasil tem condições energéticas seguras para atravessar o verão de 2024 sem a necessidade de adotar o horário de verão. Segundo Silveira, o cenário hídrico do país começou a se restabelecer, ainda que de forma modesta, o que proporciona segurança para o período.
“Não há necessidade de decretação do horário de verão para este período”, afirmou o ministro, destacando que a política poderá ser reavaliada no futuro, com possibilidade de retorno em 2025. A decisão visa evitar impactos desnecessários na economia e no setor elétrico, que ainda está em processo de recuperação.
Avaliação do impacto da medida
Silveira reforçou que o horário de verão não deve ser tratado apenas como uma política de cunho político ou dogmático. Ele ressaltou a necessidade de considerar tanto os reflexos positivos quanto os negativos da medida, tanto no setor elétrico quanto na economia como um todo. Assim, o governo federal manterá a medida em constante avaliação.
Mudanças no cenário de chuvas e reservatórios
Apesar da recomendação do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) para a adoção do horário de verão, o governo considerou a melhoria nas chuvas e no nível dos reservatórios das hidrelétricas. Com isso, o adiantamento dos relógios não será necessário em 2024, evitando complicações para setores que precisariam de ajustes rápidos, como o de aviação.
Horário de verão: um aliado da energia solar e eólica
O horário de verão foi adotado pela primeira vez de forma anual em 1985 com o objetivo de reduzir o consumo de energia. Ele permitia um maior aproveitamento da luz natural e, em tempos mais recentes, ajuda a integrar melhor a energia solar e eólica ao sistema elétrico.
Com o aumento da geração de energia solar e eólica, o horário de verão ajuda a diminuir a demanda máxima de energia, deslocando o pico de consumo para horários com maior disponibilidade dessas fontes renováveis. Isso reduz a necessidade de usar termelétricas, que são mais caras e poluentes.
Mudanças no padrão de consumo
Apesar das vantagens, o horário de verão foi suspenso em 2019 pelo então presidente Jair Bolsonaro, com a justificativa de que mudanças no comportamento da sociedade e avanços tecnológicos haviam reduzido sua eficácia. A política sobreviveu até mesmo à crise hídrica de 2021, quando o governo chegou a cogitar sua retomada, mas decidiu por mantê-la suspensa.
Agora, o governo estuda a possibilidade de revogar o decreto que encerrou o horário de verão, permitindo que a medida volte a ser considerada, especialmente para o ano de 2025, quando o cenário poderá ser mais favorável.
O futuro da medida
A discussão sobre o retorno do horário de verão reflete a preocupação do governo com a gestão do setor elétrico em tempos de mudanças climáticas e variações hídricas. A avaliação continuará nos próximos meses, com a expectativa de que, em 2025, a política possa voltar a ser implementada, se assim for necessário para o equilíbrio entre segurança energética e economia.