Medida é defendida pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico para equilibrar o consumo de energia
O governo federal voltou a discutir a possível volta do horário de verão a partir de 2025. A proposta é defendida pelo ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), que vê na medida uma forma eficaz de ajudar a equilibrar o consumo de energia, principalmente nos horários de pico.
A sugestão foi reforçada durante reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), realizada na última quarta-feira (14). O diretor-geral do ONS, Marcio Rea, afirmou que a adoção do horário de verão é “necessária do ponto de vista técnico”.
Apesar da recomendação do ONS, a decisão final sobre o retorno da medida cabe ao Ministério de Minas e Energia e à Presidência da República.
Falta de chuvas no Sul acende sinal de alerta no setor elétrico
A principal preocupação do ONS está relacionada à situação crítica dos reservatórios da Região Sul, que operam atualmente com apenas 35% da capacidade. Durante o último período úmido, as chuvas ficaram muito abaixo da média histórica, agravando ainda mais o cenário.
Como consequência, o sistema elétrico nacional passou a depender de uma transferência maior de energia das regiões Sudeste e Centro-Oeste para o Sul, o que pressiona a operação e aumenta o risco de sobrecarga.
“As chuvas não foram suficientes para melhorar os níveis dos reservatórios do Sul. Então isso preocupa, porque, se continuar não chovendo e tivermos uma demanda maior, a gente pode ter problema”
alertou Marcio Real.
Crise hídrica pode afetar também o abastecimento de água
A crise energética tem impactos que vão além da eletricidade. Em caso de apagões, o fornecimento de água também pode ser comprometido, já que os sistemas de captação, tratamento e bombeamento dependem diretamente de energia elétrica.
Sem eletricidade, as estações de tratamento param de funcionar, o que pode prejudicar tanto a quantidade quanto a qualidade da água que chega às casas e bairros.
Medida polêmica pode voltar ao debate público
O horário de verão foi extinto em 2019 após estudos indicarem que os benefícios na economia de energia haviam diminuído nos últimos anos. No entanto, com o aumento da demanda elétrica e os efeitos das mudanças climáticas, a proposta volta ao radar do governo.
Se implementada, a medida deverá provocar debates públicos sobre seus reais efeitos, tanto no consumo quanto na saúde e bem-estar da população. A expectativa é que o assunto seja analisado ainda neste ano, para que possa ser eventualmente adotado no verão de 2025.