Nesta tarde de terça-feira(30), o Centro Administrativo do Governo de Santa Catarina tornou-se palco de protesto, com professores e diversos trabalhadores do estado se reunindo em frente ao local. O sindicato da categoria organizou o ato, que resultou em consequências palpáveis no tráfego da SC-401, uma importante rodovia que conecta o Norte da Ilha à região central.
De acordo com informações da Guarda Municipal de Florianópolis, as filas se estenderam em ambos os sentidos da rodovia. No sentido Norte, uma lentidão de aproximadamente dois quilômetros foi registrada, abrangendo a área entre o Centro Administrativo e o cemitério. Enquanto isso, no sentido Sul, a fila se estendeu por quatro quilômetros, desde Santo Antônio de Lisboa até o Centro Administrativo.
A causa desse congestionamento significativo está intrinsecamente ligada à greve que afeta o sistema educacional catarinense. O Sindicato dos Trabalhadores em Educação na Rede Pública de Ensino do Estado (Sinte/SC) reportou que cerca de 40% dos profissionais do magistério aderiram à paralisação, enquanto o governo alega uma adesão inferior a 15%.
Um dos principais pontos de contenda é a descompactação da tabela salarial, uma reivindicação que persiste há mais de uma década e meia, conforme declarações do próprio secretário de Administração do Estado, Vânio Boing. Apesar das promessas de aumento no valor do vale-alimentação e discussões sobre a hora-atividade, a questão da descompactação permanece em aberto, sujeita a estudos e possível implementação a longo prazo.
Em meio a esses embates, a greve dos professores chega ao seu sétimo dia, com demandas claras por valorização da carreira e um novo concurso público. O secretário Boing anunciou a intenção do governo de realizar um concurso para 10 mil vagas até o final do ano, com o edital previsto para ser publicado até junho. Contudo, em relação à descompactação salarial, Boing alega inviabilidade financeira, apontando um custo de R$ 4,6 bilhões e possíveis violações da Lei de Responsabilidade Fiscal.
Para Evandro Accadrolli, coordenador estadual do Sinte/SC, o momento é histórico, representando uma luta pela qualidade da educação e pela valorização dos profissionais. Ele destaca a importância do apoio da sociedade, dos pais e dos alunos nesse movimento.
A expectativa é que as negociações entre o sindicato e o governo avancem, porém, o retorno dos professores às salas de aula só é esperado na quinta-feira pela manhã. Enquanto isso, o impasse persiste, deixando não apenas as estradas congestionadas, mas também questionamentos sobre o futuro da educação em Santa Catarina.