Paralisação é motivada por reforma da previdência e atinge escolas, creches e centros de saúde
A greve dos servidores municipais de Florianópolis, iniciada na última quarta-feira (12), impacta serviços essenciais de saúde e educação. A paralisação, motivada pela proposta de reforma da previdência do funcionalismo público, segue por tempo indeterminado.
Impactos na Saúde
De acordo com a prefeitura, 9,40% dos servidores da saúde aderiram à greve — o equivalente a 197 de um total de 2.095 colaboradores. Embora a maioria dos serviços continue operando, algumas unidades de saúde tiveram alto índice de adesão, afetando o atendimento à população.
As UPAs Norte, Sul e Continente funcionam normalmente, assim como o SAMU e a Farmácia Especializada. Entretanto, centros de saúde em diferentes regiões registraram adesão variada:
- Centro: O Córrego Grande teve 75% de adesão, enquanto o Itacorubi registrou 57,14%.
- Continente: Novo Continente com 73,08% de adesão é o mais afetado.
- Norte da Ilha: Ingleses (65,22%) e Santinho (52,94%) lideram na adesão.
- Sul da Ilha: Costa da Lagoa (50%) e Rio Tavares (38,46%) são os mais impactados.
Pacientes com consultas agendadas nas unidades afetadas estão sendo orientados sobre a remarcação. Outros encaminhamentos podem ser feitos pelo serviço Alô Saúde Floripa, pelo telefone 0800-333-3233.
Educação comprometida
A greve também atinge fortemente as escolas municipais e creches. Segundo a prefeitura:
- 55,20% dos profissionais das escolas estão paralisados.
- 9 unidades mantêm atendimento integral, 18 funcionam parcialmente e 12 estão fechadas.
- Nas creches (NEIMs), 30,2% dos profissionais aderiram à greve.
- 36 unidades operam integralmente, 37 parcialmente, e 12 permanecem fechadas.
- 36 unidades operam integralmente, 37 parcialmente, e 12 permanecem fechadas.
Motivações e reivindicações
Os servidores são contrários à reforma da previdência municipal, alegando que o projeto aumenta o tempo de serviço, o tempo de contribuição e a taxa paga pelos aposentados.
Além disso, o Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Florianópolis (Sintrasem) denuncia o descumprimento de um acordo firmado no ano passado, no qual a prefeitura teria se comprometido a convocar aprovados em concursos públicos para reforçar as equipes de educação e saúde.
A posição da prefeitura
A prefeitura argumenta que a reforma é necessária para cobrir um déficit de 8 bilhões de reais no fundo previdenciário, acumulado desde 1999. Segundo o prefeito Topázio Neto, a medida visa garantir a continuidade do pagamento das aposentadorias nos próximos anos.
“Ninguém quis mexer antes e a bola de neve foi aumentando. Se continuar, a Prefeitura não vai conseguir pagar as aposentadorias em alguns anos. O que estamos propondo é uma adequação a algo que o Governo Federal já fez”, afirmou o prefeito.
Tramitação na Câmara de Vereadores
O projeto de reforma foi enviado à Câmara de Vereadores na quarta-feira (12) e já foi lido em plenário. Agora, será analisado pela Procuradoria da Câmara e passará por comissões, incluindo a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), antes de ser votado.
Próximos passos e expectativas
A paralisação segue sem prazo para terminar, enquanto a tramitação do projeto avança na Câmara. O Sintrasem deve divulgar novos números sobre a adesão à greve no final do dia, conforme a mobilização continua nos setores de saúde e educação.
Seguimos acompanhando a situação e traremos atualizações sobre os desdobramentos dessa greve em Florianópolis.