Bombardeios atingem Teerã e outras cidades
Na noite de quinta-feira (12), as Forças de Defesa de Israel (IDF) lançaram uma ofensiva militar contra dezenas de alvos no Irã, atingindo principalmente instalações nucleares e bases militares. Explosões foram registradas em Teerã e em outras cidades do país. O governo israelense afirmou que a operação tem como objetivo impedir o avanço do programa nuclear iraniano.
“Destino amargo”: Irã promete retaliação
Logo após os ataques, o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, prometeu vingança, afirmando que Israel e os Estados Unidos vão “pagar caro” e enfrentarão um “destino amargo”. O regime iraniano classificou o ataque como uma “declaração de guerra” e pediu que o Conselho de Segurança da ONU se reúna com urgência.
Por que Israel atacou?
Israel alegou que o Irã representa uma “ameaça iminente” à sua existência, acusando o país de estar prestes a fabricar armas nucleares. A embaixada israelense no Brasil reforçou que o Irã é o “principal patrocinador do terrorismo global” e busca a aniquilação do Estado de Israel por meio de um programa clandestino de armas nucleares. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou que o país não permitirá que o Irã obtenha armamento de destruição em massa.
Alvos atingidos no Irã
Entre os principais alvos bombardeados está a usina de Natanz, centro do programa de enriquecimento de urânio do Irã. Segundo Israel, a instalação sofreu danos severos. Um aeroporto militar em Tabriz também foi atingido, e há relatos de destruição em diversas bases militares. O Mossad, serviço secreto israelense, também teria utilizado drones para neutralizar parte das defesas aéreas iranianas antes dos bombardeios principais.
Mortes de líderes militares e cientistas nucleares
A TV estatal iraniana confirmou as mortes de importantes figuras do alto escalão militar:
• Hossein Salami, chefe da Guarda Revolucionária
• Mohammad Bagheri, chefe das Forças Armadas e líder do Estado-Maior
Salami era uma figura influente no setor militar iraniano e conhecido por sua retórica agressiva contra Israel. Já Bagheri era considerado peça-chave no comando das forças armadas e no desenvolvimento do programa de mísseis balísticos iraniano.
Além deles, dois cientistas nucleares, Mohammad Mehdi Tehranchi e Fereydoon Abbasi, também morreram nos ataques.
Resposta iraniana já começou?
Sim. Em retaliação, o Irã lançou cerca de 100 drones contra Israel. No entanto, a maioria foi interceptada pelos sistemas de defesa israelenses. O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, alertou que o país se prepara para possíveis novos ataques com mísseis e drones nos próximos dias. A população israelense foi orientada a permanecer próxima de abrigos.
Origem da rivalidade entre Israel e Irã
O conflito entre os dois países remonta à Revolução Islâmica de 1979, que instaurou um regime teocrático xiita no Irã, rompendo laços com Israel. Antes disso, os países mantinham boas relações. O novo governo iraniano passou a apoiar grupos anti-israelenses, como o Hezbollah e o Hamas, e tornou-se um dos principais opositores do Estado judeu no Oriente Médio.
O Irã está perto de ter uma bomba nuclear?
Segundo Israel, sim. O país afirma que o Irã já acumulou urânio enriquecido suficiente para produzir de nove a quinze ogivas nucleares, com um terço desse material enriquecido apenas nos últimos três meses. O Irã, por sua vez, afirma que seu programa nuclear tem fins pacíficos. A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), entretanto, censurou o país recentemente por falta de cooperação.
Comparação dos arsenais
Israel detém vantagem tecnológica, com uma frota moderna de caças F-35, F-16 e F-15, além de sistemas de defesa aérea como o Domo de Ferro. O país conta com cerca de 90 ogivas nucleares e apoio militar direto dos Estados Unidos.
O Irã possui maior efetivo militar, com mais de 600 mil soldados, além de vasta artilharia e produção local de drones avançados, como o Shahed-136. No entanto, a maior parte de sua frota aérea é composta por aeronaves antigas.
O que dizem os Estados Unidos?
O governo norte-americano negou envolvimento direto nos ataques. O secretário de Estado, Marco Rubio, afirmou que Israel agiu por conta própria e que os EUA se concentram na proteção de suas tropas na região.
O presidente Donald Trump foi mais duro: disse que o Irã deve “fechar um acordo antes que não reste nada”. Segundo ele, “ataques ainda mais brutais” podem ocorrer nos próximos meses, caso o Irã insista em manter seu programa nuclear.
Reação do Brasil
Em nota oficial, o Itamaraty condenou os bombardeios israelenses, classificando-os como “clara violação” à soberania iraniana. O governo brasileiro alertou para o risco de um conflito de grande escala no Oriente Médio e pediu contenção de todas as partes envolvidas.
Repercussão internacional
Diversos países e organizações reagiram ao ataque:
• União Europeia, ONU, OTAN, Reino Unido e Alemanha pediram contenção.
• China e Rússia condenaram duramente os bombardeios.
• França defendeu o direito de Israel à defesa, mas pediu desescalada.
• A AIEA demonstrou “profunda preocupação” com os riscos de radiação em decorrência do ataque às instalações nucleares iranianas.
Conflito deve continuar?
Tudo indica que sim. Autoridades israelenses afirmam que a operação será contínua e poderá durar semanas. Israel declarou que só encerrará a ofensiva quando o Irã não tiver mais capacidade de desenvolver armas nucleares. As tensões permanecem elevadas, com risco real de uma guerra regional.