A política catarinense começa a ganhar forma para as eleições de 2026, e a presença do presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, em Santa Catarina, prevista para maio, promete influenciar diretamente nos rumos da disputa. O dirigente desembarcará no estado para participar de um evento do partido em Criciúma, com um objetivo claro: consolidar a pré-candidatura do prefeito de Chapecó, João Rodrigues, ao governo estadual.
João Rodrigues, um dos nomes mais fortes do PSD no Sul do país, vem sendo sondado para integrar outras composições políticas, especialmente pelo governador Jorginho Mello (PL), que trabalha nos bastidores para que Rodrigues aceite disputar o Senado em sua chapa à reeleição. No entanto, o prefeito de Chapecó e seu partido mantêm firme o projeto de lançar candidatura própria ao governo.
A visita de Kassab ocorre em meio a uma intensa agenda de articulações em Brasília. O líder do PSD busca fortalecer a presença da sigla nos estados e garantir palanques competitivos. Em Santa Catarina, o desafio é equilibrar interesses locais e resistir às pressões para alianças prematuras. Para Kassab, João Rodrigues representa um nome viável, experiente e com potencial de capilaridade em todas as regiões do estado.
Nos bastidores, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) também acompanha de perto as movimentações em Santa Catarina. Aliado de longa data de Jorginho Mello, Bolsonaro tem sinalizado apoio à candidatura de João Rodrigues, com quem mantém bom relacionamento. O ex-presidente tenta costurar uma aproximação entre o PL e o PSD, evitando divisões no eleitorado conservador — especialmente em um estado onde obteve votações expressivas nas eleições de 2018 e 2022.
Ainda que o discurso de conciliação esteja presente, o cenário indica uma tendência de polarização dentro do próprio campo da direita catarinense. Enquanto Jorginho Mello busca consolidar sua reeleição com uma chapa robusta, João Rodrigues trabalha para manter a autonomia do PSD e apresentar-se como uma alternativa de continuidade e renovação ao mesmo tempo.
“Acreditamos na força do nosso projeto para Santa Catarina. Estamos em sintonia com a população e com lideranças de diversas regiões. O PSD tem proposta, tem história e terá candidatura própria”, afirmou uma fonte ligada à cúpula estadual do partido.
Com agendas intensas e cada vez mais voltadas ao cenário estadual, tanto João Rodrigues quanto Jorginho Mello já operam como pré-candidatos — ainda que o calendário eleitoral permita certa margem de manobra. A presença de Kassab no estado, porém, pode ser o ponto de inflexão que definirá os próximos passos do PSD e, por consequência, a configuração da disputa ao governo catarinense em 2026.