A Prefeitura de Palhoça interditou, na tarde de segunda-feira (24), o Lago da Pedra Branca, na Grande Florianópolis, para a aplicação de inseticida como medida de combate a um surto de carrapatos em capivaras. A ação, que deve durar cerca de três dias, ocorre após o município decretar situação de emergência devido à proliferação dos parasitas.
Interdição e medidas de prevenção
A interdição do local foi realizada em uma ação conjunta entre a Associação de Moradores do Bairro Pedra Branca, a administração municipal e a Defesa Civil. Durante esse período, a recomendação das autoridades é que a população evite o contato com os animais e a permanência no local.
Apesar da orientação, não há bloqueios físicos, como cercas ou barreiras, impedindo a circulação das pessoas. Por isso, a Prefeitura reforça a necessidade de conscientização da comunidade para evitar exposição ao risco.
Pressão do MPSC para ações de combate
O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) já vinha cobrando medidas do município para enfrentar o problema. No dia 6 de fevereiro, o órgão enviou uma solicitação formal à Prefeitura exigindo providências urgentes contra o surto de carrapatos.
Ainda em dezembro de 2024, o MPSC instaurou uma notícia de fato para que fossem adotadas as primeiras medidas preventivas contra a superpopulação de capivaras na região.
Surto de carrapatos e caso de febre maculosa
A situação se tornou mais grave em 31 de janeiro, quando Palhoça decretou situação de emergência nas áreas afetadas. O motivo foi a confirmação de um caso de febre maculosa em um morador do bairro Cidade Criativa Pedra Branca.

O prefeito Eduardo Freccia explicou que a superpopulação de capivaras tem sido um dos fatores que favorecem a proliferação dos carrapatos. “As pessoas acabam alimentando elas, não identificando que é um animal silvestre. A alimentação faz com que elas fiquem sempre por aqui”, afirmou.
As capivaras são conhecidas como vetores de carrapatos, pois abrigam o carrapato-estrela, principal transmissor da febre maculosa. Isso permite que o parasita complete seu ciclo de vida e se espalhe para novas áreas, elevando o risco de transmissão da doença.

Monitoramento e próximas etapas
A Prefeitura segue monitorando a situação e não descarta novas ações de controle caso o problema persista. O uso de inseticidas e outras estratégias de manejo serão avaliados conforme a evolução do surto.
Enquanto isso, os moradores são orientados a evitar contato com os animais silvestres e a procurar atendimento médico caso apresentem sintomas como febre, dor de cabeça e manchas pelo corpo, sinais característicos da febre maculosa.