Fazendeiro mantinha esquema milionário com dinheiro do tráfico
Um dos líderes da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), Ricardo Moreira, foi preso na última sexta-feira (28) em São José, na Grande Florianópolis. As investigações apontam que ele administrava uma fazenda no Distrito Federal financiada com dinheiro do tráfico de drogas.
A prisão foi realizada pela Polícia Civil de Santa Catarina (PCSC), em apoio à Operação Chiusura, deflagrada pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). O esquema criminoso era dividido em núcleos que operavam em Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Rondônia e estados do Nordeste.
Investigação e cooperação entre estados
O delegado Antônio Cláudio Seixas Joca, titular da DRACO/DEIC (Delegacia de Repressão ao Crime Organizado da Diretoria Estadual de Investigações Criminais) da PCSC, destacou a importância da colaboração entre as autoridades:
Previamente, nós havíamos auxiliado no levantamento desse endereço, um importante alvo da operação da Polícia Civil do DF. Um dos líderes desse grupo organizado, dedicado ao tráfico interestadual e à lavagem de dinheiro.”
Ao todo, a operação mobilizou 450 policiais e cumpriu 19 mandados de prisão e 80 de busca e apreensão em Santa Catarina e em outros cinco estados. Foram bloqueadas contas bancárias e apreendidos 17 veículos e sete imóveis.





Líder do PCC se escondia em Santa Catarina
Ricardo Moreira, que comandava a contabilidade do PCC, era dono de uma fazenda de gado leiteiro em Planaltina, no Distrito Federal. Para evitar a captura, mudou-se para Santa Catarina, onde passou a viver discretamente com a companheira em uma casa simples, tentando não levantar suspeitas.
Pelo que a gente tomou conhecimento da investigação da Polícia Civil, ele estaria vindo aqui se esconder, em razão de estar sendo investigado naquele estado”
explicou o delegado Seixas Joca.
Esquema milionário de lavagem de dinheiro
Apesar da vida discreta em São José, Moreira estava por trás de um esquema que movimentou R$ 300 milhões em apenas três meses. A facção utilizava uma fintech em São Paulo para realizar transações complexas de lavagem de dinheiro.
Os investigados, ligados ao PCC, circulavam em círculos de alto poder aquisitivo, ostentando imóveis e veículos de luxo. Caso sejam condenados, poderão pegar até 30 anos de prisão.
A operação segue em andamento para desarticular toda a rede criminosa e impedir novas movimentações financeiras ilícitas.