Facção promovia ataques para encobrir fuga de criminosos após confronto com grupo rival
A Polícia Civil de Santa Catarina prendeu mais duas pessoas ligadas diretamente aos atentados registrados na Grande Florianópolis, em outubro de 2024. Os ataques resultaram em veículos incendiados e barricadas em diferentes pontos da região. Com as novas prisões, sobe para 30 o número de detidos envolvidos no caso.
Segundo fase da operação Tolerância Zero
As novas detenções aconteceram nesta quinta-feira (15), durante a segunda fase da operação Tolerância Zero. A ação teve como foco o desmantelamento da estrutura do PGC (Primeiro Grupo da Catarinense), facção criminosa responsável pelos atos de violência. Entre os presos estão dois líderes do grupo, capturados em Palhoça e em Florianópolis.
Um dos detidos é G.V.M., identificado como cunhado de Bi Red, considerado um dos principais chefes do PGC. Bi Red está preso desde 2017 e acumula uma condenação de mais de 112 anos por homicídios, tentativas de assassinato e outros crimes.
G.V.M. atuou diretamente na tentativa de invasão ao Papaquara
De acordo com o delegado Antonio Claudio Seixas Jóca, da Draco/DEIC (Delegacia de Repressão ao Crime Organizado), G.V.M., de 23 anos, tem antecedentes por tráfico de drogas e participou da invasão à comunidade do Papaquara, no Norte da Ilha. A ação ocorreu na noite de sexta-feira, 18 de outubro, véspera dos atentados em massa.
A comunidade é dominada pelo PCC (Primeiro Comando da Capital), facção rival do PGC. A tentativa de invasão intensificou o conflito entre os grupos criminosos e deu início a uma série de ações violentas.
Bi Red: líder do PGC com histórico violento
Bi Red, cunhado de G.V.M., já foi condenado por diversos crimes, incluindo quatro homicídios e duas tentativas. Só em um dos inquéritos, foi sentenciado a mais de 28 anos de prisão. Em 2017, ele foi preso na comunidade Chico Mendes, em Florianópolis, com drogas e armamento pesado, incluindo um fuzil AK-47 e quatro pistolas.
Relembre os atentados de outubro de 2024
A sequência de violência que marcou a Grande Florianópolis teve início com um tiroteio na região da Vargem Grande. O confronto entre as facções resultou em uma morte, cinco prisões e o ferimento de um motorista de aplicativo atingido por bala perdida.
Durante a fuga, membros do PGC incendiaram veículos em diferentes bairros e cidades da região metropolitana, incluindo Palhoça, São José e Florianópolis. Ao todo, o Corpo de Bombeiros registrou 17 focos de incêndio.
Operação continua com foco no desmonte da facção
As investigações da Polícia Civil seguem em andamento e novas prisões não estão descartadas. A operação Tolerância Zero tem como principal objetivo enfraquecer a estrutura do PGC e restaurar a segurança nas comunidades afetadas pelos recentes conflitos entre facções criminosas.