Transporte foi retomado parcialmente nesta quinta-feira (12), mas sindicato promete novas paralisações
Ônibus nas ruas novamente
Por volta das 10h desta quinta-feira (12), os ônibus voltaram a circular em Florianópolis após uma paralisação temporária do transporte coletivo. Segundo informações da prefeitura, todos os veículos deveriam estar nas ruas até às 10h30min. No entanto, a normalização completa ainda não ocorreu, e apenas 30% dos horários previstos haviam sido cumpridos até aquele momento.
Greve continua sem previsão de término
Apesar do retorno temporário, o Sindicato dos Trabalhadores no Transporte Urbano (Sintraturb) afirma que a greve continua. Novas paralisações podem acontecer a qualquer momento, embora não haja definição de horários. O movimento grevista foi aprovado em assembleia na noite anterior, quarta-feira (11), e já causou impactos significativos nesta manhã.
Linhas afetadas e regiões mais prejudicadas
A paralisação atingiu 89 linhas, afetando principalmente o Norte e Leste da Ilha. As empresas Transol e Canasvieiras, que operam na região Norte, não iniciaram as atividades pela manhã. A plataforma A do Terminal de Integração do Centro (Ticen) também amanheceu sem operação.
Transtornos para a população
Moradores relataram dificuldades para se deslocar até o trabalho. O trabalhador Fernando Arnaldo de Andrade, por exemplo, foi de bicicleta até o Terminal de Canasvieiras (Tican) para aguardar o retorno dos ônibus. Ele contou que começou recentemente no emprego e dependia do transporte público para chegar ao Shopping Beiramar.
Universidades flexibilizam atividades
A Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) e a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) divulgaram notas informando que flexibilizaram as atividades em seus centros na Capital, devido à paralisação do transporte.
Reivindicações dos trabalhadores
Entre os principais pontos de reivindicação dos motoristas e cobradores estão:
• Reajuste salarial de 6%, com aumento real de 0,68%;
• Aumento de 10% no tíquete alimentação;
• Aumento de 8% na gratificação “Trabalhar Sozinho”;
• Fim do duplo contrato (6h20min e 3h);
• Pagamento de horas extras após jornada noturna;
• Vale alimentação pago no primeiro sábado do mês;
• Entrega de dois conjuntos de uniformes a cada seis meses;
• Cobertura integral dos exames toxicológicos exigidos;
• Fim da obrigatoriedade de devolver troco em caso de assaltos;
• Apoio para lavratura de boletins de ocorrência;
• Rodízio nos feriados de Natal e Ano Novo;
• Pagamento do salário até o recebimento do benefício do INSS, em caso de afastamento;
• Participação mensal das empresas em reuniões com o sindicato;
• Assunção de até 10% de reajuste nos planos de saúde por parte das empresas.
Medidas da prefeitura para minimizar impacto
A prefeitura de Florianópolis anunciou medidas emergenciais para reduzir os efeitos das paralisações. Entre elas, a autorização para uso de vans privadas como transporte alternativo e reforço da atuação da Guarda Municipal para garantir o direito de ir e vir da população.
Apoio de motoristas de app e taxistas
O prefeito Topázio Neto (PSD) informou que está em contato com taxistas e motoristas de aplicativos para aumentar o número de veículos disponíveis durante o período de instabilidade. Ele também recomendou que, em caso de necessidade médica, a população utilize o serviço Alô Saúde nesta quinta-feira.
Situação permanece instável
Apesar da retomada parcial do serviço, não há garantias de continuidade. A categoria segue mobilizada e novas interrupções no transporte coletivo podem ocorrer a qualquer momento, enquanto não houver acordo entre trabalhadores e empresas.
Veja a nota da prefeitura de Florianópolis na íntegra
“Os trabalhadores do transporte coletivo definiram, em assembleia realizada na noite desta quarta-feira, paralisações esporádicas sem greve geral no transporte coletivo. A Prefeitura de Florianópolis, considerando a importância do funcionamento do transporte coletivo à cidade, prepara ações para reduzir os impactos das paralisações.
Para isso, o Município irá, em um primeiro momento, autorizar o uso de transportes alternativos, como vans privadas, para aqueles que quiserem utilizar esse meio enquanto o serviço estiver sendo afetado. A Guarda Municipal também atuará para garantir o direito de ir e vir da população.
A administração acompanhou as negociações entre sindicato e Consórcio Fênix, colaborando em tudo o que era possível para evitar possíveis danos à população”.
Veja a nota do sindicato
“Mais de 500 trabalhadores reunidos em assembleia rejeitaram por unanimidade a proposta apresentada pelos empresários e aprovaram uma jornada de lutas podendo realizar paralisações parciais sem descartar uma paralisação total a qualquer momento, uma vez que já foi decretado o estado de greve”.
Veja a nota do SETUF
“As empresas que operam o sistema de transporte público coletivo na região metropolitana da Grande Florianópolis, representadas pelo SETUF (Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Passageiros da Grande Florianópolis) informam que, por ocasião de mais um período de negociações com o sindicato laboral, ofereceram na semana passada as seguintes propostas à categoria:
- Reajuste salarial de 6%, acima do índice do INPC no período, que foi de 5,32%. As empresas já incorporaram o índice de INPC aos salários, ainda que o acordo não tenha sido fechado.
- Aumento de 10% no vale-alimentação, que chegará a R$ 1.258,00 mensais, representando um reajuste de 88% acima do índice de inflação.
- Aumento de 8% na gratificação por dirigir e cobrar, representando 50% acima da inflação do período.
Neste cenário, os trabalhadores do sistema da Grande Florianópolis terão um dos melhores padrões de remuneração e vantagens do país no setor, com ganhos acima da inflação, tanto nos salários quanto nos benefícios adicionais.
As empresas têm a firme expectativa da aprovação de uma proposta na assembleia dos trabalhadores da noite dessa quarta-feira, impedindo assim uma paralisação dos serviços, que causaria graves transtornos à comunidade“.
