Mundo se despede de um líder espiritual que marcou a história com simplicidade, diálogo e compromisso com causas sociais
O mundo amanheceu de luto nesta segunda-feira (21) com a notícia da morte do Papa Francisco, aos 88 anos, em Roma. Nascido Jorge Mario Bergoglio, o argentino foi o primeiro papa latino-americano e também o primeiro jesuíta a assumir o comando da Igreja Católica, em março de 2013.
Desde sua eleição, o Papa Francisco se destacou por romper com tradições, adotando um estilo de liderança mais próximo dos fiéis, voltado à inclusão, à justiça social e ao diálogo entre religiões. Seu papado foi marcado por uma série de reformas dentro do Vaticano, como maior transparência financeira e enfrentamento da crise de abusos sexuais no clero.
Um papa diferente desde o começo
A escolha do nome Francisco já sinalizava um novo rumo para a Igreja: inspirado por São Francisco de Assis, símbolo da humildade e do cuidado com os pobres, Bergoglio assumiu uma postura pastoral marcada pela misericórdia e pelo acolhimento.
Seu estilo simples — morando na Casa Santa Marta em vez dos tradicionais aposentos papais — e sua fala direta conquistaram fiéis e não fiéis ao redor do mundo. Durante seu pontificado, promoveu ações que buscaram aproximar a Igreja dos marginalizados, como refugiados, divorciados e pessoas LGBTQ+.
Diálogo e causas contemporâneas
Francisco também ampliou o alcance da Igreja ao abordar temas contemporâneos como o meio ambiente — com destaque para a encíclica Laudato Si’ —, a crise migratória e a cooperação inter-religiosa. Um momento simbólico de sua liderança foi a visita histórica ao Iraque, em 2021, onde se encontrou com líderes muçulmanos e pregou pela paz entre religiões.
Reformas e resistência interna
Apesar dos avanços, o pontificado de Francisco enfrentou resistência dentro da própria Igreja. As reformas administrativas, os cortes de gastos e o combate a crimes sexuais envolvendo clérigos geraram atritos com alas mais conservadoras.
Ainda assim, o papa permaneceu firme em sua proposta de uma Igreja mais aberta e comprometida com os desafios do século XXI. Seu legado será lembrado como um dos mais transformadores da história recente do catolicismo.