Operação da Polícia Federal em Palhoça
O prefeito de Palhoça, Eduardo Freccia (PL), e o deputado estadual Camilo Martins (Podemos) foram denunciados pelo Ministério Público Federal (MPF) após serem alvos de uma operação da Polícia Federal realizada em setembro de 2022. A operação se deu na Grande Florianópolis e resultou em nove pessoas denunciadas pelo MPF. O caso está tramitando na 7ª Vara Federal de Florianópolis, que decidirá se os acusados se tornarão réus em uma eventual ação penal.
Histórico das Investigações
As investigações estão focadas no período em que Camilo Martins era prefeito e Eduardo Freccia atuava como secretário de Infraestrutura de Palhoça. Ambos negam qualquer envolvimento em irregularidades. Além dos dois políticos, outros denunciados incluem empresários e servidores públicos. A Justiça concedeu um prazo para que os suspeitos apresentem suas defesas.
Acusações e Denúncias
Camilo Martins foi denunciado por corrupção passiva, fraude em licitação, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Eduardo Freccia enfrenta acusações de fraude em licitação. De acordo com o MPF, as investigações revelaram a existência de uma organização criminosa que simulava concorrência e promovia conluio entre empresários e agentes políticos para obter vantagens indevidas por meio de fraudes licitatórias, corrupção e lavagem de dinheiro.
Detalhes da Denúncia
A denúncia, assinada pelo procurador Claudio Valentim Cristani, aponta que empresas envolvidas no esquema receberam, entre 2014 e 2020, montantes elevados da Prefeitura de Palhoça. Esses valores teriam sido repassados aos agentes públicos denunciados e ocultados através da aquisição de bens não declarados e pagamentos em espécie. O MPF destaca que o núcleo da organização criminosa era composto por agentes com cargos de relevância na administração municipal, empresários com contratos direcionados e envolvidos em procedimentos licitatórios.
Valores Envolvidos e Provas
Duas empreiteiras ligadas a um dos empresários investigados receberam R$ 18 milhões da Prefeitura de Palhoça entre 2014 e 2021. A denúncia do MPF afirma que os valores e documentos analisados revelaram provas robustas de fraudes em diversos procedimentos licitatórios e de dispensa de licitação, com participação de servidores públicos.
Supostas Irregularidades do Prefeito e do Deputado
No caso de Eduardo Freccia, a denúncia aponta uma irregularidade na contratação de uma das empresas investigadas quando ele era secretário de Infraestrutura, envolvendo a emissão de um atestado de capacidade técnica falso. Em relação a Camilo Martins, o MPF o descreve, junto a um servidor público, como um dos mentores intelectuais responsáveis por coordenar as condutas fraudulentas no certame licitatório.
Próximos Passos
Um novo inquérito policial foi aberto pela Polícia Federal para apurar informações adicionais levantadas durante o caso. A decisão sobre a transformação dos acusados em réus será tomada pela 7ª Vara Federal de Florianópolis. Enquanto isso, a comunidade de Palhoça aguarda os desdobramentos deste caso que envolve figuras de destaque na política local.