É de senso comum, que a saúde mental necessita ser vista com olhares cuidadosos diariamente e sob a ótica de uma equipe multidisciplinar. Os transtornos mentais são complexos e, em boa parte dos casos, precisam de vigilância permanente da família, professores, psicólogos e médicos. É imprescindível que seja formada uma rede de apoio, que esteja atenta e que forneça o amparo fundamental para o manejo mais adequado ao paciente que sofre com alguma condição psíquica.
Percebe-se, que apesar de uma alta prevalência de transtornos mentais, ainda existem inúmeros estigmas relacionados às doenças abordadas pela psiquiatria.
Pois bem, segundo a OMS, a definição de saúde mental se caracteriza quando uma pessoa é capaz de realizar suas atividades habituais, de suportar o estresse natural da vida e contribuir com sua comunidade. Em contrapartida, a presença de uma doença psíquica impossibilita que o indivíduo acometido desempenhe suas funções cognitivas, laborais, acadêmicas.
De acordo com a própria OMS, em 2019 , quase um bilhão de pessoas – incluindo 14% dos adolescentes do mundo, viviam com algum tipo de transtorno mental.
Transtornos ansiosos, transtornos depressivos, síndrome do pânico, entre outras inúmeras condições que diminuem qualidade de vida, prospeção e desenvolvimento de trabalhos, convívio familiar e social.
Nesse ínterim, com tamanho impacto social, econômico e previdenciário, é fundamental que haja uma abordagem multidisciplinar: do nutricionista ao médico clínico ou psiquiatra, do psicólogo ao professor.
E por que essa necessidade de multidisciplinaridade?
A resposta é muito simples: são doenças complexas e que normalmente remetemos ao estilo de vida que estamos levando. Nas múltiplas tarefas desempenhadas ao longo do dia, com objetivos cada vez maiores e que devem ser alcançados no menor espaço de tempo possível, esquecemos de nos exercitar, de nos alimentar, de dormir.
É fundamentalmente que na nossa rotina diária, estejam inseridos tudo o que naturalmente nos condicionará a ter mais saúde física, mental, espiritual, bem-estar e longevidade: exercícios, boa alimentação, meditação, leituras e descanso.
Além das medidas não farmacológicas, sabemos que em alguns casos, os pacientes têm absoluta perda de qualidade de vida e que precisam inserir na sua rotina o uso de medicações para controle dos sintomas e tratamento da doença.
A aceitação de que esta existe e que ela precisa ser tratada é fundamental.
Desse modo, reconhecer que existe um problema, aceita-lo e permitir que seja realizada uma abordagem ampla, visando mudanças de hábitos de vida, suporte familiar e multiprofissional, com toda a certeza é efetivamente mais curativo do que apenas condicionar o tratamento única e exclusivamente ao uso de fármacos.