Prisão e Apelido na Cadeia
Júlia Andrade Carthemol, suspeita de matar o empresário Luiz Marcelo Antônio Ormond, ganhou o apelido de “chocolate” na prisão. Atualmente, ela está detida no Instituto Penal Oscar Stevenson, localizado em Benfica, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Júlia ficou surpresa ao saber que os outros presos já a conheciam, conforme relatado por uma agente que a conduziu até a cela.
Investigação da Polícia Civil
A Polícia Civil do Rio de Janeiro está investigando o caso do empresário Luiz Marcelo, encontrado morto em um apartamento na cidade. Além de Júlia, Suyany Breschak, conhecida como “cigana”, também foi presa, sendo apontada como a mandante do crime. O corpo de Luiz Marcelo foi descoberto por bombeiros em 20 de maio, após vizinhos alertarem sobre um cheiro forte. Ele estava sentado no sofá da sala, ao lado de cartelas de morfina, com dois ventiladores direcionados para uma janela aberta.
Metodologia do Crime
As investigações revelam que Júlia teria dado um “brigadeirão” envenenado para Luiz Marcelo, com o objetivo de ficar com os bens dele. A polícia acredita que Júlia conviveu com o corpo do empresário durante todo o fim de semana após sua morte.
Depoimento de Júlia Andrade
Júlia prestou seu primeiro depoimento em 22 de maio, inicialmente como testemunha. Posteriormente, tornou-se a principal suspeita do homicídio. Ela relatou que, em 19 de abril, foi morar com Luiz Marcelo e que mantinha um relacionamento casual com ele desde 2013. Júlia mencionou que Luiz Marcelo estava dormindo excessivamente e não saía de casa.
No dia 19 de maio, Júlia afirmou que Luiz Marcelo pediu para que ela levasse suas bolsas e o carro até a Favela da Maré, onde um homem alto e magro pegou o veículo. Júlia disse que ao retornar, informou a Luiz Marcelo sobre um acidente com o retrovisor, o que resultou em uma agressão. Após descobrir traições de Luiz Marcelo, Júlia afirmou que excluiu ele de suas redes sociais e não teve mais contato. Quando presa em 4 de junho, ela optou pelo silêncio durante o depoimento.
Depoimento de Suyany Breschak
Suyany Breschak, a “cigana”, disse à polícia que Júlia a procurou para ajudar a reconquistar um ex-namorado, sendo sua cliente há 12 anos. Suyany revelou que Júlia contraiu uma dívida de R$ 600 mil e fazia pagamentos mensais de R$ 5 mil. Ela mencionou que um dos principais trabalhos era uma “limpeza espiritual” para esconder que Júlia era garota de programa.
Suyany também contou que Júlia descreveu como preparou dois brigadeirões, um deles com 50 comprimidos de Dimorf, um medicamento à base de morfina. Júlia relatou que Luiz Marcelo teve dificuldade para respirar e morreu subitamente. Ela mencionou a dificuldade de conviver com o corpo, inclusive a presença de um urubu na janela devido ao forte cheiro. O carro de Luiz Marcelo foi dado a Suyany como amortização da dívida.
Depoimentos de Mãe e Padrasto de Júlia
Carla Andrade Cathermol e Mariano Bastos Leandro, mãe e padrasto de Júlia, também prestaram depoimentos. Carla relatou que Júlia estava aflita e mencionou que havia feito uma besteira a mando de Suyany, sem nunca admitir diretamente o assassinato. Mariano afirmou que tentou convencer Júlia a se entregar, mas Carla era contra a ideia.
Outros Depoimentos
Jean Cavalcante Azevedo, outro namorado de Júlia, disse não saber sobre o relacionamento com Luiz Marcelo até ver a reportagem no Fantástico. Orlando Ianoviche Neto, ex-marido de Suyany, fez várias acusações contra ela, incluindo furto, tentativa de sequestro e ameaça de envenenamento. Um funcionário de farmácia confirmou que Júlia comprou Dimorf com receita médica, usado para envenenar Luiz Marcelo.
O caso de Júlia Andrade Carthemol, apelidada de “chocolate”, revela uma trama complexa de relacionamentos e crimes, com desdobramentos que ainda estão sob investigação. A atuação da polícia e os depoimentos dos envolvidos trazem à tona detalhes chocantes do homicídio e da vida pessoal dos suspeitos.