Abertura oficial teve missa, café da manhã e primeiras capturas; impasse sobre cotas segue na Justiça
A temporada de pesca da tainha teve início oficial nesta quinta-feira (1º) em Santa Catarina. Em Florianópolis, a abertura foi marcada por celebrações tradicionais na Praia do Campeche, no Sul da ilha, com um café da manhã comunitário e uma missa ao ar livre às 7h30min. A pesca artesanal da tainha é reconhecida desde 2019 como patrimônio cultural imaterial do estado.
Tradição e cultura no Rancho do Getúlio
As comemorações começaram ainda na quarta-feira (30), com atividades culturais no tradicional Rancho do Getúlio, também no Campeche. O evento reforça a importância da tainha não apenas como recurso econômico, mas como símbolo da identidade e da história de diversas comunidades pesqueiras catarinenses.






Esportes aquáticos têm restrições durante a safra
Assim como em anos anteriores, a prática de esportes aquáticos em algumas praias da capital será limitada durante a temporada de pesca. A medida busca garantir a segurança dos pescadores e o sucesso dos lanços.
Confira as áreas com restrições:
• Lagoinha do Leste, Matadeiro e Armação: atividades permitidas até 500 metros à esquerda da praia.
• Praia do Moçambique: atividades permitidas até 500 metros à direita da entrada.
• Joaquina e Mole: sem restrições.
Primeiras tainhas já foram capturadas
Os primeiros registros de tainhas pescadas na temporada de 2025 ocorreram na praia da Lagoinha do Norte, em Florianópolis, e na praia de Bombas, em Bombinhas, no Litoral Norte. Na Lagoinha, segundo o pescador Alionezio Souto, o primeiro lanço rendeu 285 tainhas, um número considerado animador para o início da safra.
Impasses na Justiça sobre cotas de pesca
Apesar da empolgação com o início da temporada, pescadores enfrentam um impasse jurídico sobre os limites de captura estabelecidos pelo governo federal. Uma portaria publicada em fevereiro definiu que a cota total para a safra de 2025 será de 6.795 toneladas, o que provocou críticas e ações judiciais.
O governo de Santa Catarina tentou reverter a medida no Supremo Tribunal Federal (STF), mas o ministro Gilmar Mendes considerou que a Corte não era o foro adequado. Agora, a Procuradoria-Geral do Estado (PGE/SC) ingressou com nova ação na Justiça Federal para tentar derrubar as cotas da pesca artesanal de praia.
Distribuição das cotas para 2025
• Pesca artesanal de praia (SC): 1.100 toneladas
• Cerco traineira (Sudeste e Sul): 600 toneladas
• Emalhe anilhado (SC): 970 toneladas
• Emalhe costeiro (Sudeste e Sul): 1.725 toneladas
• Lagoa dos Patos (RS): 2.300 toneladas
Na safra de 2024, os pescadores catarinenses capturaram mais de 2 mil toneladas de tainha, o que torna a cota atual uma grande preocupação para o setor.
Expectativa e resistência
Enquanto as redes começam a se encher no litoral catarinense, a pesca da tainha em 2025 se desenha como uma temporada marcada pela tradição, resistência e incertezas jurídicas. A mobilização de comunidades pesqueiras e do governo estadual indica que o debate sobre as cotas ainda deve gerar novos capítulos ao longo das próximas semanas.